Síndrome da Comparação na abertura das Olimpíadas 2024
O fenômeno psicológico que ganha cada vez mais força devido ao aumento exponencial do uso das redes sociais e a relação com os Jogos Olímpicos 2024.
Porque precisamos comparar e atribuir pontos negativos ao outro para se sentir melhor?
Li um texto da Psicóloga Adriana de Araújo que gostaria de compartilhar nesta news. “Comparação: Isso pode levar a sentimentos de inadequação, baixa autoestima e insatisfação com a própria vida. A comparação pode envolver diversos aspectos, como conquistas profissionais, aparência física, relacionamentos, estilo de vida e outras áreas.
As raízes desse comportamento podem variar e incluir pressões sociais, padrões culturais, expectativas pessoais e a busca por validação externa. A síndrome da comparação pode afetar a saúde mental e emocional, dificultando a apreciação das próprias conquistas e a construção de uma autoimagem positiva.
Já nas redes sociais, a síndrome da comparação tornou-se ainda mais forte. As redes sociais, muitas vezes, exibem vidas filtradas e idealizadas, contribuindo para a percepção distorcida da realidade.”
Decidi trazer parte deste texto e o texto completo você lê aqui, porque como minhas frentes de trabalho tem ligação direta com as redes sociais, o que mais presencio é a síndrome da comparação. E claro que eu mesma já passei na pele aquela coisa de olhar a grama do vizinho e achar que a dele é melhor (e estou sempre me colocando no papel de fazer isso), mas com muito autoconhecimento e terapia passei a voltar para meu interior, para avaliar minhas conquistas, minhas vitórias, o que sabemos que não é fácil. Eu particularmente tenho um perfil muito perfeccionista, me cobro demais e é difícil olhar para as conquistas!
O fato é que não imaginamos o quanto isso nos faz mal, mas o que me chamou a atenção no último final de semana foi a enxurrada de posts em todas as redes comparando a abertura dos Jogos Olímpicos em Paris, com a nossa abertura nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. E li cada comentário de cada post (eu sou viciada em saber o que as pessoas pensam, leio mesmo todos os comentários). E a sensação que tive é que precisamos depreciar algo para ter o sentimento que o nosso foi e é melhor.
Primeiramente, são países, culturas, histórias totalmente diferentes. A França inovou sim em fazer sua abertura fora de um estádio e aproveitar a beleza da cidade Luz, exibindo e utilizando seus monumentos, sua beleza, o Rio Sena e contando a sua história. Foi diferente sim, foi lindo também. O que não significa que a nossa abertura no Rio de Janeiro foi pior ou melhor. Foi diferente, com a nossa beleza, a nossa cultura, linda também!
Quem sabe que eu amo a França, vai pensar que estou defendendo a abertura deles, mas jamais. Hoje com toda a vivência que tenho por lá sei distinguir muitas coisas, inclusive que nosso povo é um dos mais animados e calorosos do mundo, que inclusive faz muitos deles nos amar e ter a vontade de conhecer o Brasil. Mas isso não pode e não deve significar que é melhor ou pior. Povos distintos, culturas completamente diferentes. Pontos positivos e negativos para ambos!
Precisamos começar a usar a lente do discernimento e parar com essa síndrome da comparação em tudo e se apegar aos pontos positivos de cada coisa, ou ponto de melhorias.
Tenho alguns amigos que estão nas Olimpíadas, pagando seus ingressos (e ai acredito sim que essas pessoas tem poder de fala de dar sua opinião, sua experiência, pois estão vivenciando na pele o evento ) e muitos deles disseram pontos positivos e negativos da abertura, inclusive o fato da chuva que não controlamos que prejudicou um pouco a cerimônia. Mas nenhum deles fez comparações com a abertura do Brasil, porque minha gente é totalmente diferente. Um deles mostrou a Casa Brasil, a animação, o samba que faz gringo delirar, mas também mostrou a Fan Zone da França, com shows e etc… mas sem comparar, porque, você pode aproveitar ambos e aprender com ambos.
Aqui vai outra parte do texto da psicóloga que citei no inicio do texto:
“Celebre as Conquistas dos Outros: Ao invés de comparar, celebre as conquistas e alegrias compartilhadas por seus colegas online. Isso contribui para um ambiente mais solidário” E não é a mais pura verdade???
Falando em Olimpíadas


O uniforme do Brasil deu o que falar nos últimos dias. Confesso que eu esperava mais, acredito que poderíamos ter um estilista mais a cara do Brasil. Poderíamos sim mostrar mais da nossa cultura. Mas porque invalidar o nosso comparando com o outro. Se vocês repararem, praticamente todos os conteúdos feitos eram comparando o nosso uniforme com os de outros países como Mongólia que deu um show. Parabéns pra Mongólia e outros países, mas não precisamos depreciar o nosso. Inclusive um bom vídeo deste tema foi o de Caio. Opinião e gosto é diferente de comparação. Poderia sim ser melhor, mas sou da opinião que é melhor jogar boas energias para nossos atletas do que jogar hate em quem fez o trabalho. E por falar nisso, que orgulho da nossa menina Rayssa Leal, medalha de bronze no skate feminino. Vai Brasil!
É isso minha gente! Eu espero de verdade que a gente, como o segundo país mais conectado do mundo nas redes sociais segundo estudo realizado pela We Are Social em parceria com a Meltwater, possamos usar ela para conhecimento, relacionamento, para se informar. Mas não para usar de uma forma negativa, pois isso faz com que só aumente casos de ansiedade e outros pontos ligados a saúde mental. E um lembrete importante: somos reflexo do que consumimos!
Boa semana e até o próximo.
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